Críticas Nostálgicas #2 - Blonde (2022)

Críticas Nostálgicas #2 - Blonde (2022)

Lucas "Neo" Fabiano.
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 Blonde foi o primeiro filme no qual fiz crítica no dia da estréia e sem dúvidas foi uma das minhas maiores decepções em 2022 justamente por ser fã da Marilyn Monroe e por muito tempo eu considerei essa crítica como a minha maior obra-prima e mesmo depois de quase 2 anos eu ainda a considero uma obra-prima justamente pela dificuldade e prazer que tive de escrever essa crítica e sem dúvidas nenhuma foi uma das que eu mais demorei a escrever e editar mas o resultado final me deixou bastante satisfeito junto da  maioria das pessoas que leram na época sendo até hoje uma das mais bem faladas e comentadas daquela época, então trazer ela de volta a vida como uma releitura mais atual me deixa de certa forma emocionado por causa de minha evolução pessoal e principalmente na escrita, mas é claro que como obra prima irei mudar apenas uns 25% da crítica e o resto será a mesma coisa que escrevi a 2 anos atrás, enfim pegue sua pipoca e venha embarcar nesta leitura, caro leitor.

  BLONDE (2022) - DATA: 28/09/2022. 

   'Blonde' é o novo filme da Netflix que estreou hoje (28/09), o filme é baseado no livro de Joyce Carol Oates e é dirigido e escrito por Andrew Dominik e é estrelado pela maravilhosa atriz Ana de Armas como a inesquecível deusa do cinema Norma Jeane ou melhor... MARILYN MONROE!

  Sem dúvidas 'Blonde' era um dos filmes mais aguardados do ano (não é atoa que o filme foi ovacionado por 11 minutos no Festival de Veneza), e também um dos filmes mais polêmicos do ano por ser uma adaptação do livro de mesmo nome que conta a história da artista com ficção e é mais puxado pelo drama melancólico e o filme vai (forçadamente) para o mesmo caminho que o livro de 2000 mas derrapa ao focar mais nas cenas de nudez e estrupo envolvendo a Marilyn do que contar uma história verídica e boa.

    Bom, visualmente falando do filme ele é bastante bonito e a idéia de contar parte da história preto e branco e outra parte com a paleta de cores bastante vivas é tentadora e de certa forma funciona no longa principalmente quando uma cena tem que recriar uma cena de um filme da Marilyn (Principalmente na icônica cena de "O Pecado Mora ao Lado" aonde o vestido da atriz voa por causa do ar das canaletas do metrô) e então eles usam a paleta preto e branco mas quando foca em sua vida pessoal a cena tem uma paleta de cor forte, a fotografia em muitos momentos funciona bem e remete bem a época aonde o filme se passa ao lado da caracterização da época que é bem fiel (a única coisa que o filme tem de fiel a realidade) e bastante impressionante junto ao figurino do filme, já a direção de Andrew Dominik cumpre seu papel relativamente ok em muitas cenas que recriam a época do longa porém o resto é bastante sem sal, sem graça e genérica e por fim a trilha sonora do filme tirando algumas músicas clássicas da atriz como "I Wanna Be Loved By You" é bastante esquecível com muitas faixas sendo genéricas e bastante melancólicas o que invés de melhorar as cenas dramáticas só as deixa com o aspecto mais definido sobre o que elas sempre foram desde a escrita inicial do roteiro... Desnecessárias.

  Na área da atuação a maioria dos atores estão ok ou bastante ruins que é o caso do Xavier Samuel e sua atuação é bastante tenebrosa de se ver principalmente com seu jeito caricato de falar e mexer, mas de todas as atuações a única que se destaca é obviamente a de Ana de Armas como Marilyn Monroe e ela está incrível no papel e sem dúvidas é a melhor coisa do filme, além da atriz se parecer com a falecida estrela ela consegue recriar Marilyn em todas as cenas desde ela rindo, cantando, atuando e é claro chorando e mesmo a maioria do filme sendo sobre cenas exageradamente chocantes e dramáticas a Ana consegue mandar bem (não é atoa que tem chance dela concorrer como Melhor Atriz no Oscar 2023), infelizmente mesmo com esse grande ponto positivo ele não conseguiu salvar o filme da ruindade.

O roteiro do filme é bem ruim, o início dele é até interessante mas decai completamente ao longo das 2 horas e 47 minutos, o diretor preferiu contar a história da personagem Marilyn Monroe do que a história verdadeira da atriz, ele podia ter feito algo igual a cinebiografia 'Elvis' de Baz Luhrmann (misturando fatos e ficção), só que aqui ele faz apenas um trabalho ruim e desrespeitoso com a Marilyn, aliás várias cenas do longa é só o diretor querendo mostrar o corpo da Ana de Armas, literalmente é só isso toda hora na tela é ela pelada, totalmente desnecessário e repugnante.

Também temos o fato do filme ser melancólico praticamente o tempo todo e isso ferra um pouco a experiência de quem não conhece a história da atriz, sim eu sei que a Norma sofreu bastante na sua vida, com os relacionamentos, os abortos, a sexualização em Hollywood, mas ela era ainda uma pessoa boa e muitas vezes alegre e teve várias entrevistas aonde ela se mostrava bastante alegre principalmente na época do seu terceiro casamento, mas infelizmente o filme não foca nisso e só temos umas 3 cenas dela feliz (num filme de quase 3 horas) e o resto é apenas ela chorando pelo seu pai, sendo vítima de abuso enquanto chama o abusador de "Daddy", abortando várias vezes e é claro viciada nas drogas, um absurdo total.

Também temos cenas neste filme que dão ânsia de vômito só de pensar, a primeira é uma das primeiras cenas do filme onde a Marilyn é abusada sexualmente só pra conseguir um papel num filme, e mais pro final do filme ela é estrupada pelo presidente dos EUA e isso é bem nojento e desnecessário principalmente pelos ângulos da cena, aliás esse filme mostra o triângulo amoroso entre Marilyn Monroe, Charlie Chaplin Jr e Edward G. Robinson Jr que resultou numa gravidez da Marilyn e coincidentemente num aborto (algo inventado do livro), o filme também mostra os outros relacionamentos da atriz que são bem mal aproveitados no filme e só servem pra trazer mais tristeza ao longa, triste já que poderiam ter feito isso de uma forma bem feita, além do mais o filme não tem uma homenagem ao legado atriz e o mais revoltante foi as declarações do diretor no qual disse que a Marilyn é uma atriz superestimada que ninguém se importa e que ela não serve de inspiração pra ninguém e ainda comentando o fato de que jamais viu um filme dela, sinceramente não entendo como deixarem um lixo dirigir e escrever um filme sobre uma das maiores atrizes da história do cinema e ainda enganar o público dizendo que o filme seria um cinebiografia e não uma adaptação de um livro de ficção sobre a estrela.

  'Blonde' é sem dúvidas um desrespeito ao legado da Marilyn Monroe e como filme ele é apenas um filme ruim porém com algo que acho pior que ruim que é ser um filme esquecível, infelizmente Ana de Armas caiu nessa bomba e é uma pena pois nas mãos de alguém que realmente quisesse fazer uma homenagem a Marilyn a Ana com certeza teria ganhado o mundo com sua atuação. 








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