Review Ragnariana #01: Tsuki To Laika To Nosferatu (2021)


 
 
      O que vampiros, astronautas e a união soviética tem em comum? De fato, pode não ser muito e para alguns, soar até mesmo uma ideia bizarra. Contudo, é com grande surpresa que Tsuki to Laika to Nosferatu, nos brinda com uma temática envolvendo uma vampira que deseja se tornar uma "cosmonauta" em um país que remete a antiga união soviética, conhecido como União Zirnitra. A vampira de nome Irina, inicialmente se mostra muito petulante, rabugenta, odiando humanos por tudo que fizeram a sua espécie no passado. Como um típico anime, a garota possui aparência jovial, corpo esguio, atraente e dotada de características atípicas de sua espécie. Sendo o fato de maior destaque, seus olhos vermelhos, orelhas pontudas e claro, suas presas. Com um contexto de época, Irina não tem muita escolha se não servir a seu país. Sendo uma espécie de cobaia, para que pudessem criar um transporte seguro para um humano poder ser lançado pelo mesmo processo. Treinamento, claramente é algo muito exigido e para essa função, escalam Lev Leps. Um rapaz extremamente cuidadoso, que sempre tenta estar auxiliando seus companheiros. 

    Não é o típico herói, o indivíduo perfeito. Parece um indivíduo comum, porém, sua capacidade de auxiliar as pessoas a sua volta, acaba tornando-se em um trunfo durante sua jornada. Ele e Irina, possuem uma relação amistosa, sendo por vezes algo um tanto frio e até agressivo. As dificuldades na vida de alguém que quer tornar-se um cosmonauta, somando-se a isso a pressão de viver em um país como a União Zirnitra, faz com que ambos acabem tendo que cooperar um com o outro. Criando involuntariamente um laço, um reconhecimento pela capacidade do outro. Além disso, passam a se ver com mais naturalidade, sem tantos confrontos, conhecendo-se melhor, entendendo os sentimentos, motivações e sonhos, compartilhando o que há de mais valioso para eles. Muitas vezes o expectador ficará com uma sensação de que algo ruim poderá acontecer a qualquer momento. Seja uma sabotagem, uma tentativa de assassinato, tudo levando para um desfecho trágico inevitável. Sendo apenas uma mera questão de tempo. Quanto mais se acompanha da interação entre os personagens principais, mais curiosidade a cerca do futuro incerto deles surge. Tudo conspira contra. Sim, apesar de ser uma animação que fala sobre cosmonautas, clima de guerra em uma corrida espacial e vampiros, há espaço para romance. 

     E aos que odeiam romance, não julgue antes da hora, nada é tão simples quanto parece ser aqui. Ações podem ter efeitos colaterais indesejados. Este é o risco de se viver em um país como Zirnitra. O anime em si é bem direto ao ponto, não há muita enrolação, as cenas são bem trabalhadas para dar um ar bem artístico, sendo o maior destaque em um dos momentos em que Irina patina em um lago de gelo, sobre o brilho da lua e as estrelas do céu. Valendo assim uma menção honrosa. Ao todo a primeira temporada contando com 12 episódios de 23 minutos, traz uma história decente, em alguns momentos é um pouco até corrido os eventos, mas é melhor do que uma enrolação sem fim.

O final é satisfatório, embora pudesse ser melhor trabalhado alguns aspectos que levam a um grande pronunciamento diante do povo de Zirnitra. Muitos personagens coadjuvantes são interessantes, como a reconhecida rosa branca de Sangrad. Uma oficial bastante renomada, assim como a dra. pessoal que cuida de Irina e sua biologia, porém falta maior profundidade. O que deixa um pouco a desejar para que o espectadores criem uma identificação com esses personagens de background. Há alguns exageros na atmosfera política em determinados momentos, mas nada que venha a comprometer. Vale o tempo principalmente para aqueles que apreciam como é tentar ser um tripulante espacial, seus desafios, medos, conhecer um pouco mais sobre métodos usados e claro, aqueles que gostam de um romance dramático com pitadas de humor pontual. 
     No todo Tsuki to Laika to Nosferatu pelo conjunto da obra merece uma nota 7,5. Abertura e encerramento são um detalhe a parte, que por alguma razão, lembra bastante o clima e atmosfera de animes mais antigos oitentistas. Mesmo não sendo meu gênero favorito, é um dos melhores do segundo semestre de 2021. Acompanhei assiduamente e recomendo. Vale a pena conferir. 


Grato pela leitura e na próxima, do papai Ragnar : Komi-san wa. Sayonara! 



Criação de Keisuke Makino e Karei, a história se passa num mundo paralelo pós guerra, que foi dividido entre duas nações: a União da República Zirnitra e o Reino Unido de Arnak. Ambas disputam uma ambiciosa corrida espacial e no centro de tudo está o astrounauta Lev Leps e sua companheira vampira Irina Ruminescu (que será interpretada pela seiyuu popstar Megumi Hayashibara). A animação está a cargo da Arvo Animation, que não tem grandes produções em seu currículo, tendo trabalhado na maioria das vezes apenas como auxiliar de outros estúdios. Já os roteiros estão sendo feitos pelo criador original das novels, Keisuke Makino. 

 Atualmente a novel de Tsuki to Laika to Nosferatu conta com 6 volumes. Uma adaptação em mangá começou a ser serializada em 2018, mas está atualmente paralisada devido à problemas de saúde de Sojihogu, responsável pela quadrinização.

RAGNAR▪

Uma lenda, um herói de tempos imemoriais. Sempre dizendo a verdade, doa a quem doer. Diretamente do disqus, aquele que todos amam odiar: R A G N A R. Arregaçando fanboys, desde as grandes navegações viking.

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