Crítica Nediana: De Volta Para o Futuro 3 (1990)

Crítica Nediana: De Volta Para o Futuro 3 (1990)

Ned
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Um dia atrasado, mas cá estou eu! Trazendo a conclusão das minhas resenhas breves sobre a trilogia De Volta Para o Futuro.

No terceiro filme, Marty, preso em 1955, descobre que o Doc Brown passou a viver no Velho Oeste após o DeLorean ter sido atingido por um raio no final do filme anterior. Porém, ao investigar a vida de Brown no passado, descobre que ele foi assassinado pelo ancestral de Biff, Buford "Cachorro Louco" Tannen. Então, embarca numa última aventura para resgatar o amigo cientista antes que a tragédia aconteça.

Após os eventos megalomaníacos do segundo filme, esse terceiro dá uma boa freada no ritmo, e se foca num aspecto mais intimista em relação aos personagens, sobretudo no tocante ao romance do Doc Brown com a professora (e entusiasta de Júlio Verne, como Brown) Clara Clayton. Isso pode desanimar alguns que queriam um final grandioso, e confesso que até mesmo eu fico um pouco menos empolgado com esse filme se comparado aos outros. Ainda assim, não posso negar que o filme ainda tem alma. Christopher Lloyd e Mary Steenburgen (intérprete de Clara) tem muita química em tela, e resulta num romance fofo. Michael J. Fox continua ótimo como Marty, e dessa vez seu papel alternativo é o de Seamus McFly, ancestral cowboy de Marty, que lhe ajuda e dá conselhos quanto ao pavio curto de Marty. Temos também um breve retorno de Lea Thompson como Maggie McFly, esposa de Seamus (parece que Lorraine finalmente realizou seu sonho de pegar o Marty!) e, claro, o retorno de Thomas F. Wilson tanto como Biff como Buford Tannen. Sendo um papel maior, dá pra dizer que Wilson encarnou com naturalidade um criminoso do Velho Oeste, inclusive com o sotaque caipira, entregando um vilão marcante mais uma vez (quiçá o mais marcante da trilogia).

Aliás, toda a recriação do Velho Oeste está ótima no filme, considerando que é uma escala mais intimista e contida. Sets e cenários práticos super bem feitos para fazer uma versão faroeste de Hill Valley, e com direito a participações especiais de atores consagrados do western (Pat Buttram, Harry Carey Jr e Dub Taylor). Mesmo não indo a fundo nos maneirismos do gênero que homenageia, acabou sendo um cenário melhor aproveitado que o futurista do filme anterior.

Por fim, temos o encerramento do filme, que praticamente fecha todas as pontas iniciadas no primeiro filme. Doc Brown se encontra no Velho Oeste, feliz ao lado de Clara, com uma nova máquina do tempo em forma de trem voador (sério, não dá para dizer que ele é um cientista fracassado após esse feito), enquanto Marty aprende a não se deixar provocar por gente de má índole e que não comparecer numa briga às vezes é mais sensato, salvando, então, seu futuro ao evitar um atropelamento que arruinaria sua carreira musical (basicamente um contraste com o arco de George McFly no primeiro filme. Enquanto George aprende a se impor, Marty aprende a ter autocontrole e não deixar seu ego ser ferido facilmente). Por fim, ambos os protagonistas aprendem que o futuro não está escrito, e que a vida é um eterno papel em branco. Basta apenas vivermos da melhor maneira possível. Uma filosofia aconchegante para se encerrar a trilogia. 

Considerações finais: Não atinge o mesmo nível de excelência do primeiro, e nem é tão despirocado com as linhas temporais alternativas que nem o segundo, mas ainda assim, De Volta Para o Futuro 3 entrega um encerramento comovente para a franquia, buscando uma abordagem mais intimista, porém sem perder (totalmente) seu espírito de aventura. É uma franquia que soube acabar na hora certa, e espero que Hollywood, por tudo que é mais sagrado, não busque ressuscitá-la. Deixe-a como está que já está bom.



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