Falae, galerinha do mal, beleza? Desta vez, vim trazer minha reação sincera a um clássico do horror que superou as minhas expectativas: Nosferatu, de 1922, dirigido por F. W. Murnau e protagonizado pelo eterno Max Schreck.
O filme adapta indiretamente Drácula, clássico de Bram Stoker que popularizou de vez o mito dos vampiros e trouxe muito dos conceitos que todos já conhecemos sobre as criaturas. Florence Balcombe, viúva de Stoker, entrou numa disputa judicial contra os realizadores do filme, proibindo de usar os personagens da obra do falecido marido. Por isso, o filme altera os nomes e aparências de vários personagens (por exemplo, Conde Drácula vira Conde Orlok, Jonathan Harker vira Thomas Hutter, Renfield vira Knock, etc etc), ainda que mantendo arcos narrativos similares. Claro que isso ainda não impediu o filme de passar por ainda mais perrengues judiciais após o lançamento do filme, mas isso é outra história.
Confesso que fui ver o filme apenas para cumprir cota em preparação para o novo filme de Robert Eggers que será lançado esse ano, pois não achava que um filme de terror tão antigo pudesse me cativar além de alguns quesitos técnicos bons para a época. Porém, estava redondamente enganado. Ser fruto da sua época não foi um delimitador, e sim um potencializador.
Para explicar melhor essa última frase, devo falar-lhes sobre o movimento que o filme faz parte: Expressionismo Alemão. O Expressionismo Alemão foi um movimento essencial para a arte alemã durante a década de 1920, e refletia o estado de espírito pessimista e sombrio da época. No caso dos filmes, por exemplo, se usavam ângulos de câmera, iluminação e uma pitada de surrealismo resultante do baixo orçamento para criar uma atmosfera imersiva e pessoal, algo do qual Nosferatu se aproveita bastante (tirando talvez os cenários pintados a mão costumeiros do movimento). Um grande exemplo disso é a agora icônica cena em que se mostra o maligno Conde Orlok subindo pela escada prestes a fazer mais uma vítima, através de um sinistra e reconhecível silhueta.
Confesso que fui ver o filme apenas para cumprir cota em preparação para o novo filme de Robert Eggers que será lançado esse ano, pois não achava que um filme de terror tão antigo pudesse me cativar além de alguns quesitos técnicos bons para a época. Porém, estava redondamente enganado. Ser fruto da sua época não foi um delimitador, e sim um potencializador.
Para explicar melhor essa última frase, devo falar-lhes sobre o movimento que o filme faz parte: Expressionismo Alemão. O Expressionismo Alemão foi um movimento essencial para a arte alemã durante a década de 1920, e refletia o estado de espírito pessimista e sombrio da época. No caso dos filmes, por exemplo, se usavam ângulos de câmera, iluminação e uma pitada de surrealismo resultante do baixo orçamento para criar uma atmosfera imersiva e pessoal, algo do qual Nosferatu se aproveita bastante (tirando talvez os cenários pintados a mão costumeiros do movimento). Um grande exemplo disso é a agora icônica cena em que se mostra o maligno Conde Orlok subindo pela escada prestes a fazer mais uma vítima, através de um sinistra e reconhecível silhueta.
A mão deformada e com dedos desconfortavelmente longos do Nosferatu alcançando a maçaneta de uma porta. |
Quanto ao Orlok em si, o ator Max Schreck eterniza o personagem com uma caracterização que fica marcada a fogo em sua mente mesmo após meses sem ter visto o filme novamente. Talvez sendo a personificação mais demoníaca e menos sedutora de um vampiro, cada cena em que a criatura aparece te dá calafrios só pela presença sobrenatural do Conde, com sua movimentação rígida, olhos sempre esbugalhados, orelhas pontiagudas, dedos anormalmente longos e dentes salientes numa boca sempre meio aberta.
Impressões finais:
A atuação minimalista e extremamente marcante de Schreck, aliada à atmosfera sinistra e atemporal que a direção de Murnau oferece (potencializada num ato final que exala pânico com uma cidade em polvorosa), criam um filme de terror que não deve ser desmerecido por sua idade e suposta simplicidade. Pelo contrário, demonstra muita mais longevidade que muitos filmes de terror recentes e mais posudos (desculpa o elitismo), e sua influência na cultura popular e no cinema, mesmo tendo suas cópias destruídas em dado momento (posteriormente recuperadas) é a prova disso. Por fim, ansioso para conferir as versões de Herzog e a vindoura de Eggers no fim do ano.
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