Crítica Nediana: De Volta Para o Futuro 2 (1989)

Crítica Nediana: De Volta Para o Futuro 2 (1989)

Ned
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E aí, nerdaiada? Caso não tenham notado: sim, estou maratonando a trilogia De Volta Para o Futuro. Trago agora a review do segundo filme dessa saudosa franquia.

O filme se passa logo após os eventos do primeiro, com Doc Brown, Marty McFly e sua namorada Jennifer viajando para o ano de 2015, visando impedir que um desastre envolvendo seus futuros filhos arruíne a família. Porém, ao fazer isso, desencadeiam uma onda de eventos que termina por criar um presente alternativo distópico, logo resultando em mais uma odisseia para restaurar o presente.

Como podem ver pela premissa, é um filme um bocado maior que o primeiro, e talvez mais convoluto por isso. Se torna um daqueles típicos filmes de viagem no tempo em que se você prestar atenção demais nos detalhes e na lógica, você encontra mil paradoxos. Porém, isso não é um defeito tão grande uma vez que você ignore esse detalhe e decida curtir a aventura, que é o objetivo principal do filme. 

A ambientação "futurística" do ano de 2015 pode não ser tão acurada em relação ao que realmente vimos acontecer em 2015, mas o objetivo do filme não é ser acurado, é dar asas à imaginação sobre o que as pessoas durante os anos 80 aspiravam para esse ano tão longínquo. Logo é algo ainda interessante de se ver, seja pelos carros voadores, hoverboards, sapatos que se amarram automaticamente, figurinos mais absurdos e etc. Um detalhe que parece insignificante, mas achei particularmente engraçado, é a cafeteria com temática dos anos 80. É um ponto bem irônico, tendo em vista que a segunda metade da década de 2010 na vida real se viu marcada por uma obsessão com os anos 80 (incluindo com o próprio De Volta Para o Futuro) na cultura popular graças a obras como Stranger Things. Não é nenhuma crítica intencional ao saudosismo da parte de Zemeckis e cia, mas é interessante ver que eles já sabiam que sentiríamos uma estranha nostalgia com essa década em específico. Pena que essa ambientação em si não é explorada tão a fundo por ser parte apenas do início do filme. 

Cafeteria homenageando os anos 80 em pleno 2015

As atuações em si continuam ótimas. Destaque para Michael J. Fox, que interpreta tanto a si mesmo no presente, como sua versão futurista, seu filho do futuro e até mesmo sua filha! E as quatro atuações são ótimas, do seu jeito caricato (eu particularmente só descobri que ele interpretou a própria filha ao pesquisar mais sobre o filme, pois vendo eu não percebi). Aliás, enquanto no primeiro filme a evolução de personagens vai mais em conta dos pais de Marty, aqui é dado início a um arco de personagem propriamente dito ao Marty, que vem a ter sua conclusão no filme seguinte. Inclusive, revendo o filme tendo visto a trilogia inteira anteriormente, é interessante notar não só esse, como vários outros foreshadowings para o que viria a ser De Volta Para o Futuro III. Falando no aspecto caricato, é algo ainda mais atenuado no segmento futurista do filme, o que pode incomodar alguns, mas eu particularmente comprei a ideia. Christopher Lloyd continua excelente como o Dr. Emmet Brown. Também temos uma expansão do papel de Biff Tannen, e aqui ele acaba sendo um antagonista mais presente. Mais uma ótima interpretação de Thomas F. Wilson, encarnando tanto o Biff tradicional como o idoso e também o descendente, Griff, além do Biff milionário do presente distópico. Lea Thompson volta como uma Lorraine idosa, mas não tem muito destaque, ainda que seja uma participação divertida junto com a de George McFly (aqui interpretado por Jeffrey Weissman, que usou próteses convincentes para se assemelhar ao Crispin Glover). Inclusive em várias cenas as versões alternativas dos personagens se encontram, e as técnicas utilizadas para realizar tal façanha se sustentam até hoje. 

Considerações finais: Não é nem de longe um filme excelente como o primeiro, principalmente se você utilizar muito da "análise crítica" naipe Cinema Sins, que visa mais analisar furos de roteiro que analisar o filme em si, mas ainda é uma aventura bastante divertida que consegue engajar nos momentos certos. Seus maiores acertos se encontram na ambientação (até hoje esperando os tais carros voadores ou o hoverboard) e nos atores, além da trilha sonora. Os efeitos datados dão um charme, vai, nem tudo precisa ter o envelhecimento de 2001 - Uma Odisseia no Espaço. O gosto de infância permanece intacto.

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