O Natal do Pequeno Batman - Merry Little Batman (2023)
Olá, caro leitor. Este post marca a minha estreia neste blog atencioso. E nada melhor do que começar a escrever sobre uma animação com um personagem que tem o meu nome, embora o protagonista seja o filho dele. Pode-se dizer que esta análise está um pouco atrasada... pois o Natal já passou, mas acredito que é um ótimo ponto de partida, já que é um texto do qual me orgulho muito.
ALERTA DE SPOILERS!!!
O Batman está totalmente comprometido com a sua promessa de livrar a cidade do mal que ceifou a vida de seus pais, mantendo um código moral de nunca matar e nem usar armas de fogo. Assim, diante da sua vasta galeria de vilões insanos, sua missão torna-se cada vez mais exaustiva e complexa, à medida que criminosos escapam do Asilo Arkham, dificultando-o para alcançar seu principal objetivo em vida. Sendo assim, é incrível como o Homem-Morcego deste universo conseguiu cumprir seu juramento em um curto período de 8 anos de maneira rápida e eficiente. Como resultado, Gotham foi eleita a cidade mais segura do mundo - sendo irônico, conhecendo o histórico e a essência da cidade. Tudo isso aconteceu por causa do nascimento de Damian Wayne, pois Bruce desejava ser um verdadeiro pai, estando sempre ao lado do filho - o que seria muito difícil se ele continuasse atuando como Cavaleiro das Trevas -, proporcionando algo que ele nunca teve: uma infância. Logo, percebemos que o Morcego agiu da melhor forma possível, prevenindo problemas a longo prazo e, em geral, protegendo a vida de seu ente querido.
No entanto, Bruce se questiona se o filho está pronto para ser um super-herói, já que é necessário ter foco, responsabilidade e sacrifício. Por isso, presenteia-o com um cinto de utilidades não-letal, explicando que ele deve se mostrar merecedor de algo melhor e mais perigoso, que exige maior comprometimento. E Damian desempenha um papel de uma criança madura e não mimada, algo não esperado em uma situação assim. Compreendendo e aceitando perfeitamente a mensagem, vendo isso como uma motivação para crescer e merecer, demonstrando ao pai que está pronto para atuar como combatente do crime. Sendo, de fato, um ótimo personagem, tornando a animação mais agradável e cativante.
Desta forma, Damian vê uma oportunidade quando bandidos invadem a Mansão Wayne à procura de presentes de Natal. Utilizando uma abordagem divertida para interceptá-los e criando armadilhas intuitivas e práticas, a cena faz uma bela referência a "Esqueceram de Mim", executando essa excelente inspiração com maestria. Porém, os criminosos capturam o cinto de Damian, que não desiste e resolve ir à Batcaverna. É aqui que temos um momento adorável entre pai e filho, pois assim que Damian utiliza um traje dedicado a ele, Bruce explica que programou uma IA com sua consciência para sempre estar ao lado dele. O que transmite uma mensagem bonita, enriquecendo o longa-metragem ao decorrer da história. Portanto, este simples elemento, somado à sua trama simples, não somente expressa uma mensagem fascinante como também valoriza o próprio roteiro como um todo, preservando a diversão do começo ao fim.
Uma breve imagem de Damian observando Gotham City |
Além disso, a arte estilizada surpreende a experiência, sendo o elemento mais marcante da animação - um traço que enaltece o exagero e o extremo em si, possuindo feições e estilos próprios, assim como "O Estranho Mundo de Jack", diga-se de passagem. Retratando os protagonistas de forma sensacional, como é o caso do Bane, com um corpo desproporcional que combina com seu visual por si só. Portanto, a representação de cada personagem é proeminente, consistindo em um exuberante ponto de destaque, pois proporciona cenas respectivas e próprias, potencializando a qualidade geral. Por assim dizer, a arte é realmente muito característica e bem dinâmica, diferente do padrão utilizado nas animações atuais da DC. Combinando claramente com a premissa e com a personalidade dos personagens como um todo, deixando cenas com o Alfred mais engraçadas e intensificando a autêntica persona de palhaço do Coringa, por exemplo.
É relevante destacar a abordagem descontraída do Coringa em arruinar o Natal em Gotham, revelando-se uma referência satisfatória a ''Grinch''. Isso desencadeia o caos total na cidade, culminando em uma cena engraçada quando o Comissário Gordon liga o Bat-Sinal, agravando a preocupação e a agitação entre as pessoas que temem o retorno do crime. E é muito bacana a representação do Papai Noel retratado pelo Batman, com seu Bat-Jato devolvendo ao lado de Damian e Alfred os presentes para todas as pessoas no dia do Natal.
Em suma, é uma maravilhosa animação natalina, rica na sua arte própria e no seu roteiro dinâmico, que também apresenta uma bela relação entre pai e filho - e como isso resultou nos acontecimentos da trama, que se mostra como o melhor elemento ao lado da arte. Não se tornando cansativa e nem completamente infantil, proporcionando uma experiência muito divertida e apreciável, assim como outras excelentes animações nessa abordagem do personagem, como por exemplo, "Batman: Lego".
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