BatAnálise | O Retorno de Barry Allen (Parte I) - The Flash (1987) #75

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Uma das principais características para que um trabalho em equipe dê certo é a confiança. Isso se resume a acreditar e depositar convicção em relação a lealdade de cada membro, aceitando com tranquilidade a colaboração dos demais, proporcionando um ambiente saudável por si só. Além disso, em cada grupo, há sempre um líder, alguém que empenhará um papel fundamental no fortalecimento do mesmo, guiando os integrantes de forma madura, eficaz e positiva. 


Por isso, no momento em que Wally acreditou na palavra de Barry no final da edição anterior (The Flash (1987) #74), foi criada uma nova conexão, união e parceria entre os dois que retomariam com a sensação de "tempos antigos e valiosos". Foi marcado um retorno que trouxe consigo princípios decisivos, sentimentos notáveis e resgatou a relação reconfortante que eles possuíram no passado. No fundo era para ser exatamente dessa forma, com os dois velocistas evoluindo juntos à medida do tempo, assim como no início de suas carreiras trabalhando em dupla. 


Apesar disso, ainda é, por pouco que seja, algo desenvolvido na situação presente; contudo, falta o especial e mais importante. Pelo menos foi o que Wally refletiu conforme foi convivendo com o "novo" Barry, pois, embora esteja feliz com sua volta, ele sente falta de um fator humano que apreciava em seu ídolo, que foi transmitido não só pela sua admiração, como também pela convivência trabalhando ao lado do Flash. 


O simples fato de ser quem ele era todos os dias, um herói. Com uma motivação nobre e um ideal louvável, o Flash inspirava as pessoas que o viam fazendo a coisa certo pelo motivo certo, de uma forma que transmitia uma imagem de crescimento moral. Sendo alguém bom, de fato, compartilhando momentos acolhedores não só com aqueles que o enalteciam como herói, mas também com com quem estava disposto a seguir por esse caminho. 


Afinal, Barry Allen mudou completamente a vida de um garotinho de 10 anos que o admirava o bastante para considerá-lo uma pessoa que o acolheu, entregando-lhe um propósito. Wally nunca esquecerá disso e é grato por todos os bons momentos vividos ao lado da pessoa que definiu sua vida. E por ter o maior respeito por alguém tão importante, ele quis honrar sua memória. Foi o ato mais honrado que Wally poderia fazer naquela situação. Ele imaginou que o seu tio Barry ficaria feliz e orgulhoso pelo caminho que o seu querido sobrinho e grande parceiro mirim trilhou, dando de conta, que os velhos tempos poderiam ressurgir depois de anos. 


No entanto, pensou que com o Barry de volta, seria normal e aceitável o mesmo receber o maior destaque, mesmo com os dois compartilhando o mesmo nome. Conforme Wally foi trabalhando ao lado do "novo" Barry, ele percebeu que algo não estava certo... não estava no seu devido lugar. Desde o começo, o Velocista Escarlate tentou seguir seu instinto e ficar desconfiado em sobre tudo isso. Ele sabia que poderia ser muito arriscado depositar toda a sua confiança em relação à volta de Barry, mas não pôde controlar a felicidade de revê-lo. Independentemente se foi um choque assustador quando o viu naquele natal, Wally quis acreditar que tudo voltaria a ser como era antes, pelo menos por um período de tempo. Porém, no final, ele percebeu que seu tio estava muito diferente. Com um comportamento que se distinguia do herói inspirador que ele foi, se distanciando daquilo que era e se parecendo com alguém que nunca desejou ser: com ações, motivações e objetivos negativos. Ou em outras palavras, um vilão. Entretanto, Wally duvida um pouco de si mesmo ao considerar que o seu tio Barry está mais protetor de sua identidade, de seu nome e mais instável...



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